Considerada uma das maiores manifestações culturais do estado de Sergipe e do país, o Simpósio do XLII Encontro Cultural de Laranjeiras que ocorreu entre os dias 12 e 14 de Janeiro, no campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS), município de Laranjeiras, teve como tema: “Cantoria: da viola ao cordel”.

Os estudos visam expandir as novas perspectivas sobre as tradições culturais no cordel, repente e nas cantorias. Irineu Fontes, Secretário de Estado da Cultura, que também marcou presença no simpósio, comentou sobre as pesquisas: “Hoje é o dia das apresentações dos trabalhos de novos pesquisadores, novas pessoas que escrevem sobre o tema, e nós vemos a importância de se manter vivo o simpósio e o encontro cultural de Laranjeiras. Primeiro por causa da pesquisa, da valorização dessa cultura no nível acadêmico, trazendo violeiros, repentistas que não são da academia, mas são mestres da cultura popular.”

Sobre a importância do evento para a comunidade acadêmica e a sociedade em geral, Irineu afirmou que é preciso preservar o encontro, fazendo com que as pessoas continuem se interessando pela cultura popular, reconstruindo, construindo, trazendo de volta ideias, formatos, para dar continuidade a algo que é tão importante,que é a cultura.

A respeito das novas gerações e a valorização da cultura: “Hoje nós temos um imediatismo muito grande, qualquer coisa as pessoas vão na internet e buscam lá no “pai google” a informação, mas esquecem que por trás disso tem todo um contexto, toda uma história que precisa ser estudada. Precisa sim, que tenham cadeiras nas universidades de literatura de cordel, no curso de letras. Então a cada passo, a cada busca de colocar a cultura dentro das universidades, das escolas vai facilitar a vida das pessoas, porque elas vão começar a se entender melhor”, comentou.

O evento contou ainda, com a presença do pesquisador e Presidente do Conselho de Cultura do Estado, Gabriel Lourenço. Amante da cultura popular, Gabriel explicou a relevância do simpósio. “A importância de trazer conhecimento obviamente através do simpósio com as discussões acadêmicas e também populares, graças aos mestres fazedores de cultura. A importância de valorizar, de resgatar, de fomentar. É uma forma de círculo, assim como tem o ciclo da vida, também existe esse ciclo da cultura, o sentido de não engessamento, mas de restauração do processo de conhecimento e amadurecimento.”

Com relação às contribuições trazidas pelo simpósio, ele comenta: “O encontro da cultura obviamente são nas ruas, são os grupos folclóricos, mas é o simpósio que traz essa defesa, essa relevância e que esclarece às pessoas o que é a cultura que está na rua, que está nos palcos, que está nas fitas coloridas do reisado e também do São Gonçalo.”