Sex, 08 de dezembro de 2017, 19:32

IV Semana Acadêmica e Cultural (SEMAC) começa no Campuslar com evento em comemoração ao dia da Consciência Negra
O evento ocorreu entre os dias 20 e 24 de novembro em todos os campi da universidade

A Universidade Federal de Sergipe (UFS) promoveu a IV edição da Semana Acadêmica e Cultural (SEMAC). O evento que teve como tema “Qualidade e desempenho acadêmico”, buscou integrar as produções de conhecimento nas áreas de pesquisa e extensão, associando atividades científicas e culturais. No Campus de Laranjeiras, o evento que teve início no dia 20, Dia da Consciência Negra, contou com a realização de palestras e mesas redondas com temas correlacionados às populações afrodiaspóricas.

Quem mediou o evento foi a Profa. Dr. Marcia Barbosa da Costa Guimarães, do departamento de Arqueologia, que é pesquisadoras das diásporas africanas, e foi responsável por organizar a abertura da SEMAC do campus Laranjeiras, que coincidiu com o dia da consciência negra. Ela contou que pensou em reunir professores tanto do campus de Laranjeiras, quanto de São Cristóvão, buscando diversificar o olhar quanto a discussão. “Fui atrás de vários pesquisadores, Fernando Aguiar da Museologia, o Petronio da História, o Ulisses da Antropologia, a Alexandra do mestrado em cultura popular e de Teatro. Porque são pessoas que trabalham com essa temática, então a ideia era juntar vários personagens da UFS, vários desses pesquisadores para falar das diversidades de olhar sobre o tema”, conta ela.

A palestra realizada pelo Prof. Dr. Ulisses Neves Rafael (PPGA/DCS-UFS) apresentou o resultado da sua tese de doutorado com o tema Perseguições religiosa em Alagoas: “O quebra de 1912”. A pesquisa que foi realizada com base ao acesso público e consultas ao Instituto Histórico de Alagoas buscou aprofundar as informações a respeito do movimento de repressão as religiões de matrizes africanas, que teve como consequência a invasão dos terreiros e a destruição dos artigos religiosos na capital Alagoana.

A pesquisa pioneira sobre o tema contribuiu para estimular outros estudos acadêmicos a respeito do assunto. “As informações sobre as práticas religiosas de matrizes africanas em Alagoas eram muito escassas, insuficientes. A tese desencadeia uma reflexão sobre a memória, o passado das religiões e sobre o papel dos agentes religiosos, dos agentes culturais na atualidade”, explica Ulisses. O trabalho de pesquisa resultou em 12 anos de estudos entre mestrado e doutorado.

A mesa redonda que teve como foco abordagens sobre estudos arqueológicos, antropológicos e históricos, contou com a participação da Profa. Dra. Alexandra Gouveia Dumas – PPGCULT- UFS, do Prof. Dr. Paulo Bava de Camargo- PROARQ-UFS e do Prof. Dr. Gilson Rambelli – PROARQ/PPGA-UFS que discutiram questões como o racismo camuflado nos preconceitos culturais e refletidos na intolerância religiosa, além da violência e repulsão aos praticantes dessas religiões.

A professora Márcia falou ainda que percebe que houve um público pequeno, o que a deixa triste, pois mostra como não é dada a devida importância aos estudos sobre o negro, a África e essas populações afrodiaspóricas, “o dia da consciência negra não pode ser lembrado pontualmente, precisamos levar esses eventos como prática e multiplicarmos essas ações para melhorar esse processo de consciência, são muitos obstáculos a enfrentar, o racismo está em todos nós e a universidade tem o papel de educar, educar e educar...” reforça a docente.

Durante a comemoração dos 10 anos do Campuslar, houve o II Ciclo de Palestras que propôs debater questões étnico raciais, a vice-diretora da época Rozana Rivas, falou do objetivo do evento. “Contribuir para o debate crítico sobre temáticas que, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Superior, devem estar presentes na formação inicial e continuada de todos os profissionais das diferentes áreas do conhecimento’’, disse.

Confira mais em: http://laranjeiras.ufs.br/conteudo/56814-ii-ciclo-de-palestras-campuslar-encontro-debateu-questoes-etnico-raciais


Atualizado em: Sáb, 09 de dezembro de 2017, 19:16
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