Qua, 12 de abril de 2017, 12:45

II Ciclo de Palestras Campuslar: encontro debateu questões étnico-raciais
Evento fez parte da semana de comemoração dos 10 anos de criação do campus de Laranjeiras

Foi realizado, no dia 22 de março, no auditório do campus de Laranjeiras, o II Ciclo de Palestras Campuslar, com o tema "Questões Étnico-raciais". O evento, organizado pela coordenação pedagógica do Campus, iniciou com a apresentação das alunas de dança da UFS, com a coreografia " Vaca Profana".

O ciclo foi mediado pela professora Alexandra Dumas, do Núcleo de Teatro da UFS, que conduziu com maestria o debate. A mediadora abriu o encontro declamando a poesia "Mulata Exportação", de Elisa Lucinda. Na sequência, Martha Sales, mestranda em Antropologia pela UFS, proferiu uma palestra com o tema "Abordagem do Campo Religioso: Presença Africana no Brasil e a Prática Pedagógica".

Durante sua fala, a professora externou seu contentamento em participar do ciclo, salientando que eventos dessa natureza são fundamentais para o diálogo para além da sala de aula. Adepta do Candomblé, a palestrante comentou que embora, ao longo da história, outras religiões tenham sofrido intolerância religiosa. No caso das religiões de matriz africana, a intolerância recebe uma outra dimensão e resulta em violência, como casas incendiadas, espancamentos de pessoas e até mesmo assassinatos. "Estamos passando por um retrocesso muito grande nesse país. Antes o brasileiro tinha vergonha de se dizer racista, mas agora eles estão se mostrando nas redes socias, na televisão. Está tudo muito banal '', disse.

Para ela, o reconhecimento do legado cultural africano nos países latino-americanos seria um dos atos para mimizar e combater o preconceito racial. Sendo assim, o respeito predominaria entre as pessoas, independente de crença. “A informação e o respeito são essencias para combater a intolerância religiosa”, afirmou.

Na sequência, a professora do Departamento de Educação de Itabaiana, Maria Batista, abordou o tema " A Educação das Relações Étnico-raciais". Em seu discurso, Maria pontuou que essa temática não é algo pra ser pensando apenas nos cursos de Licenciaturas. "Temos que pensar na educação das relações étnico-raciais para além da sala de aula, como perspectiva de transformação da sociedade, porque essa educação bebeu e tem a influência de todas as dimensões da sociedade na formação do sujeito", destacou.

Maria citou pesquisadores que trataram do assunto, como Luiz Alberto Gonçalves, Ana Célia da Silva e Eliane Cavalleiro. Segundo ela, todos esses autores denunciaram o racismo no espaço escolar.

A professora ainda ressaltou que educação étnico-racial constitui um passo importante para debater e compreender a diversidade étnica brasileira, para dirimir estereótipos e preconceitos juntos aos acadêmicos.
Ao final, a mediadora abriu para perguntas do público, que participou ativamente com dúvidas e críticas aos membros da mesa.

O evento

Os Ciclos de Palestras Campuslar surgiram com a intenção de contribuir para o debate crítico sobre temáticas que, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Superior, devem estar presentes na formação inicial e continuada de todos (as) profissionais das diferentes áreas do conhecimento.
No I Ciclo de Palestras, que ocorreu em outubro do ano passado, favorecemos um valoroso debate sobre “Questões Ambientais: Meio Ambiente e Sustentabilidade” e sobre “Direitos Humanos/Questões de gênero e sexualidade".


Atualizado em: Sex, 14 de abril de 2017, 20:57
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