Qui, 09 de fevereiro de 2017, 22:49

Grandes pesquisadoras de Cultura Popular participaram do XLII Encontro Cultural
Evento ocorreu no dia 14, na UFS - Campus de Laranjeiras

Com o tema “Cantoria: da Viola ao Cordel” o Simpósio do XLII Encontro Cultural de Laranjeiras, que aconteceu entre os dias 12 a 14 de janeiro de 2017, veio com uma programação especialmente voltada para a arte do cordel. Promovido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o evento reuniu pesquisadores e agentes culturais de várias partes do país para debater sobre as manifestações culturais verificando questões históricas, tendências e políticas públicas que as cercam.

Entrevistamos as pesquisadoras Aglaé d’ÁvilaFontes e Beatriz Goes Dantas sobre o simpósio, cultural popular e valorização desta cultura para Laranjeiras e Sergipe.

Aglaé d’Ávila Fontes pesquisadora; escritora; folclorista; historiadora; Licenciada em Filosofia e pós-graduada em Educação Musical pela Universidade Federal de Sergipe uma das maiores especialistas do folclore do estado. Integrante da Academia Sergipana de Letras e assumiu a Secretaria do Estado da Cultura por três vezes.

Aglaé falou sobre o que é preciso ser feito para o folclore e a cultura sergipana não ser esquecida:

Ser utilizado, pois tudo que se utiliza continua vivo, a ser valorizado, documentado, e não deixar que desapareça, essa é a preocupação maior”. Aglaé ressalta a importância do Simpósio neste trabalho de valorização da cultura “sendo para a identidade cultural da cidade, para os grupos fazendo parte do contexto da cultura popular e também importante pedagogicamente porque é uma área de conhecimento que se estabelece”.

A professora Beatriz Goes Dantas complementa valorizando a importância do evento tanto no plano interno quanto no plano externo, para Laranjeiras a realização desse encontro cultural significou à retomada de uma nova identidade. “A inauguração desse simpósio ajudou Laranjeiras a se situar com o novo elemento de identificação perante Sergipe e perante o mundo. Laranjeira se tornou um foco de estudo do folclore, sendo intitulada Capital da Cultura Popular, ajudando os Laranjeirenses e os grupos folclóricos sobre tudo a permanecerem, recriarem, se recomporem, ter organização e seguirem vivos até hoje”.

Beatriz Goes Dantas, pesquisadora, escritora nordestina, professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Sergipe. É licenciada em geografia e história e mestre em antropologia social. Seu foco de pesquisa sempre esteve voltado para Sergipe, se dedicando a vários temas como: folclore, cultos afro-brasileiros, religião, índios e artesanato.

As duas pesquisadoras falaram sobre o que é preciso ser feito para que a nova geração possa valorizar a cultura. Aglaé Fontes: “Para que os jovens possam valorizar a cultura local é preciso a realização de cursos, propor trabalhos que os jovens possam fazer, utilização da tecnologia em benefício da cultura popular, o caminho está no mundo só que a gente precisa descobrir, essa descoberta vem por meio das escolas, das autoridades e por todos os envolvidos”. “Para que os jovens valorizem a cultura local é preciso que as escolas desenvolvam oficinas de estudos, sendo também que os órgãos públicos têm um papel importante” acrescenta Beatriz.

Por fim, a professora Beatriz comentou sobre as edições anteriores do simpósio, se houve muitas mudanças, se ainda é preciso melhorar e de que forma o simpósio trouxe contribuições para a cultura local. “São 42 anos de Encontro Cultural sem nenhuma interrupção, possibilidades de melhorar existe, pois melhorar sempre é possível, pois perfeição nunca se atinge. O simpósio para a comunidade é de suma importância, pois é o momento que a comunidade tem de se inteirar a elementos da comunidade que participando do simpósio, sobre tudo depois que a universidade instalou um Campus em Laranjeiras esse elo entre a cidade e o simpósio se estreitou. Porém, é papel do simpósio fazer com que a população comece a refletir sobre ela mesma, sobre as coisas que fazem parte da sua vida, sua cultura, sua maneira de ser e da sua cidade”.


Atualizado em: Qua, 15 de fevereiro de 2017, 16:14
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