Qua, 26 de julho de 2017, 10:10

“SUBURBANOS: Resistência do Direito à Cidade” foi o tema proposto pela VII Semana de Arquitetura e Urbanismo (SEMANAU) da UFS
O evento ocorreu entre os dias 11 e 14 de Julho no campus da universidade e espaços da cidade, em Laranjeiras.

Promovido pelo Centro Representativo Independente de Arquitetura (CRIAR), o evento teve como objetivo ampliar a visão dos estudantes de Arquitetura e Urbanismo para contextos que são tão importantes quanto as questões discutidas na academia e desenvolvidas no mercado imobiliário, com o intuito de formar profissionais que se preocupem com os problemas sociais e construam uma arquitetura pensada e voltada para a solução destes problemas.

Entre as atividades sugeridas, oficinas com exercícios práticos, palestras com debates, rodas de conversas com relatos de experiências, cada atividade tinha como fim a problematização de questões quanto o direito à cidade.

Objetivando trazer à tona indagações a respeito do pertencimento das cidades e quais seriam os papéis de cada cidadão nesses ambientes, na quarta-feira, 12, foram realizadas três palestras com temas diferentes, mas voltadas para o mesmo problema social. Buscando fazer uma reflexão sobre a cidade e os diversos perfis de cidadãos que nela residem, foram discutidas a situação das mulheres, trans, travestis e negros que sofrem com a violência, desrespeito e preconceito de grande parte da população.

A palestra sobre as mulheres contou com a participação de Ana Cristina, participante da Marcha Mundial das Mulheres e de Eliete Santos, integrante do MOTU Mulher, que discutiram temas atuais como o machismo e suas conseqüências dentro do cenário social, da violência contra as mulheres que segundo dados estatísticos aumenta a cada dia e como isso têm interferido na vida e rotina das mulheres.

A palestra dos trans e travestis foi ministrada por Jéssica Taylor, presidente da Associação de Travestis Unidas pela Cidadania e Jack, integrante do MOTU. Nela foram relatadas experiências sobre a dificuldade de aceitação da sociedade quanto às diferenças sexuais, de gênero e as vivências que cada uma passou no decorrer do processo de mudança, a resistência do poder público na conquista do nome social, hoje direito adquirido, a violência sofrida na época em que se prostituiam, e como todas as barreiras as fortaleceram para lutar pela igualdade de direitos.

A palestra dos negros foi apresentada pela estudante de Arqueologia, Ana Dindara e Sonia Ifárewámim, integrante do Xangô Menino. As palestrantes contaram situações as quais foram submetidas, por causa do preconceito racial ainda existente e enraizado na sociedade, e como isso afeta a vida de cada uma delas no cotidiano. As discussões giraram em torno dessa falta de respeito com o próximo, com o intuito de refletir sobre essas questões que são problemas sociais cabíveis de discussão por todos.


Atualizado em: Qua, 26 de julho de 2017, 10:20
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