Qui, 26 de abril de 2018, 15:05

2º dia do Encontro Cultural de Laranjeiras
Na tarde do segundo dia do Simpósio, as apresentações de trabalhos acadêmicos dominaram os espaços do evento.

Na tarde do segundo dia do Simpósio do Encontro Cultural ocorreram as apresentações científicas do evento onde foram apresentados projetos e os resultados de pesquisas. A coordenadora das apresentações, Prof. Dr. Maria Augusta Mundim Vargas, o Grupo de pesquisa Sociedade e Cultura, vinculado ao programa de pós-graduação em geografia da UFS, mediou as apresentações que foram divididas em eixos temáticas, entre performance: Tradições e contemporaneidade (03 trabalhos), Patrimônio: dimensões materiais, simbólicas e políticas (13 trabalhos), Práticas festivas tradicionais e contemporâneas (09 trabalhos), Memória, espaço e tempos da cultura popular (07 trabalhos), Gestão e políticas de cultura (05 trabalhos).

Elinoan Silva, aluna do quarto período do curso de História apresentou sua pesquisa sobre o Encontro Cultural de Laranjeiras “Meu trabalho é sobre o Encontro Cultural de Laranjeiras, mas com um recorte temporal específico implantado dentro do Regime Militar. Estamos tentando entender qual seria o caráter do Encontro no surgimento dentro desse recorte se teria um caráter corporativo, se seria como uma forma de resistência ou se estaria digamos, neutro, desconexo do que seria a realidade conjuntural política daquele período”.

Darly Anderson, aluno de Museologia também apresentou seu trabalho no Encontro Cultural. O trabalho teve como tema “Esse Rio É Minha Rua: As Memórias Do “Carnavalo” Que emergem nas Lembranças dos Moradores do Povoado Cabeço, Município de Brejo Grande/Se.” O “carnavalo” foi uma manifestação cultural que acontecia todos os anos no povoado Cabeço. Foi uma espécie de carnaval construído a partir do que o ambiente proporcionava aos moradores locais. Sendo um jeito peculiar de brincar, o cavalo, a carroça e as baterias que faziam todo o cortejo carnavalesco, arrastando aproximadamente os 400 moradores da região e os visitantes de todo o estado. Porem, aproximadamente no início do século XXI, anos 2000 essa comunidade sofreu com o avanço do mar e ficou todo submerso, segundo algumas pesquisas já feitas esse caso ocorre devido a construção da hidrelétrica de xingó, localizada no município de Canindé.

Darly falou sobre o objetivo do seu trabalho, “Então, meu objetivo foi através da história Oral poder guardar um pouco da sua história através dos relatos dos indivíduos que foram afetados por esse problema. Outro ponto forte que me liga a pesquisar essa comunidade é que eu sou do município de Brejo Grande e sempre convivi com a história do povoado cabeço mas de uma forma neutralizada, nesse caso, busco trazer no meu trabalho as tensões, pois quase nada é visto a respeito de comunidades que vivem a margem, é como se eles fossem excluídos da noção de patrimônio, por isso, para mim é muito importante trazer a história constituída através da memória para que se possa pensar nas várias ruas e manifestações que existem nas lembranças de festas tradicionais ancoradas no passado, que permite constituir um novo presente.”

Para Darly, é motivo de prazer e emoção enfrentar esse tema já que é da cidade e a construção histórica parte de um desejo do próprio. Exalta que o que puder fazer para que sua cidade seja vista e divulgada em eventos, vai fazer, pois para ele é um prazer. “A pesquisa parte de uma vontade de representá-los, de mostrar que temos história, memória e patrimônios que precisamos tomar posse, precisamos desvendar histórias e memórias massacradas pelo poder daqueles que pensam em elevar o progresso com o regresso de outros sujeitos”.

Darly finaliza falando do prazer que foi ter seu trabalho apresentado no encontro Cultural, “Apresentar o trabalho num evento como o Encontro Cultural de Laranjeiras/SE foi de uma felicidade sem tamanho, tive o trabalho elogiado por Aglaé Fontes, além de apresentá-lo no auditório lotado, que contava com a presença de mestres de manifestações culturais da própria cidade e vários pesquisadores do Brasil”.

Outro trabalho apresentado no Encontro Cultural foi o de Luan Almeida, estudante de museologia da UFS, que foi sobre um samba que acontece no povoado Aguado em Carmópolis. O samba é apresentado em homenagem a Santa Bárbara e Iansã, “Eles tem uma coisa muito forte que é a de louvar e homenagear a Santa e isso foi o que nós vimos nos rituais”. Essa foi a primeira etapa de um projeto que deve ser finalizada em julho de 2018, porém ainda falta muita coisa para pesquisar.

O encontro de grupos de estudo tentou aproximar a população sobre as pesquisas que estão sendo produzidas, tanto de caráter local, quanto de uma forma geral sempre se relacionando a cultura popular.


Atualizado em: Qui, 26 de abril de 2018, 15:09
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